Tricologia - Parte 2
Inicialmente vamos conhecer um pouco da estrutura do couro cabeludo
e do fio do cabelo. A pele é uma membrana que reveste exteriormente todo o
corpo dos seres vertebrados, tem a função de regular a temperatura, metabolizar
a vitamina D sintetizando a luz solar por ação fotoquímica, de percepção do
sentido do tato e como um manto protetor contra as ações de agentes externos,
raios solares, bactérias, etc.
A pele é o maior órgão do corpo humano e também o mais pesado. É
formada por três camadas:
Epiderme – camada que se pode ver (externa) é a mais resistente, dá
impermeabilidade à água e resistência ao atrito.
Derme – é a segunda camada onde se encontra Bulbo capilar, nervos,
capilares sanguíneos, músculo eretor, glândulas sudoríparas e glândulas
sebáceas.
Hipoderme – é a camada mais profunda, que além de manter um deposito
nutritivo de reserva (gordura), protege o organismo das pressões e traumatismo
externos.
Ainda é constituída por duas camadas germinativas diferentes: a
ectoderme e a mesoderme.
A ectoderme é a camada
exterior de embrião em desenvolvimento.
O pêlo que vemos é apenas uma parte de todo um mecanismo celular,
internamente encontra-se outras estruturas complexas com uma taxa de
multiplicação celular que ocorre a cada 39 horas, é uma das mais elevadas que
se conhece. A unidade pilosebácea compreende:
Folículo piloso – O folículo piloso é a estrutura que dará
origem ao pelo, possui componente epitelial (matriz, bainha externa, bainha
interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica e bainha dérmica).
Podemos dividi-lo em segmento superior e segmento inferior que são constituídos
pelo:
O istmo, que vai desde a
desembocadura do músculo eretor até a glândula sebácea.
O infundíbulo que se estende
da abertura da glândula sebácea até a superfície da pele, a saída o infundíbulo
na superfície da pele é chamada de óstio folicular.
Acrotríquio é a porção
intra-epidérmicas do folículo.
A glândula sebácea.
Bulbo piloso, que é a porção
mais espessa e profunda do folículo e contém a matriz germinativa do pelo.
Membrana Víntrea – camada não celular da bainha do tecido
conjuntivo que delimita o folículo piloso e mantém ligado o bulbo em
afastamento à papila dérmica.
O bulbo piloso – na base do folículo encontra-se uma
delimitação denominada bulbo piloso, região onde as células dos pelos são
produzidas.
Onde o bulbo
atinge sua largura máxima está à linha de Auber, que constitui o
território onde se expandem e se multiplicam os queratinócitos e os melanócitos.
Na zona queratógena, que se localizam na parte superior do bulbo, as células
vão sofrer mutações, degenerar-se, alogar-se, perder seu núcleo, morrer,
edurercer-se e produzir uma proteína rica em enxofre e queratina.
Papila dérmica – é composta de fibroblastos especializados,
são entrelaçados por vasos capilares que nutrem as células que estão se
dividindo por mitose, seu comportamento é controlado por citoquinas.
Matriz germinativa – essas células são pouco
diferenciadas e possui um ritmo mitótico, provavelmente o mais alto do corpo
humano. A taxa de multiplicação destas células ocorre a cada período de 39h.
Bainha externa – representa uma invaginação da epiderme,
situada entre a matriz germinativa e a superfície, mas continua com seu
epitélio na epiderme.
Bainha interna – composta de três laminas, cutícula da bainha
interna e membrana de Huxley e de Henle, desenvolve-se em torno do pelo,
separando-o da bainha externa, estende-se apenas parcialmente pelo folículo,
desparece na altura da região onde abrem-se as glândulas sebáceas.
Glândulas sebáceas – formados por água, grânulos
de querato-hialina, proteínas, minerais e de elevado teor de lipídeos,
principalmente triglicerídeos, secretam uma substancias semiliquida e oleosa,
denominada sebo cutâneo composto por: ácidos graxos, colesterol, vários
hidrocarbonetos, alcoóis e gordura.
Músculo eretor – pequeno feixe de fibras musculares lisas
presas à bainha conjuntiva do folículo piloso, igual a qualquer músculos do
nosso corpo contraem-se ao sinal do sistema nervoso, respondendo a sensações de
mudança de temperatura ou emoções. Essas contrações comprimem as glândulas
sebáceas ocasionando excreção de sebo para a superfície da pele.
Glandulas sudoríparas – são constituídas por uma
zona tubular, por onde o suor é libertado na superfície da pele, em uma
extremidade mais profunda em forma de novelo. As glândulas sudoríparas fazem a
termo regulação e a eliminação de determinadas excreções, como, por exemplo,
sais minerais, uréia, acido úrico, e outras substancias provenientes do sangue.
Embora as
glândulas sudoríparas estejam em praticamente todo o corpo encontram-se em
maior concentração em determinadas parte
como axilas, palmas das mãos e planta dos pés.
Capilares sanguíneos – são pequeníssimas
ramificações de vasos sanguíneos que ligam as artérias e veias à papila. Os
vasos sanguíneos capilares são responsáveis pelas trocas gasosas e nutritivas,
e simultaneamente eles fazem o processo de remoção de toxinas dos folículos
pilosos.
Nervos – eles nos possibilitam perceber sensações. A
inervação do folículo piloso é bastante complexa. Entre elas se constitui a
inervação sensitiva, inervação da papila e inervação motora do músculo eretor.
O pelo
Os pêlos têm formas cilíndricas que brota de dentro do folículo
piloso derivado de uma ivaginação que se dá quando a epiderme invade a derme. A
proliferação da epiderme desenvolve brotos epiteliais que se afundam na
mesoderme. A extremidade de cada broto dilata-se e engloba uma porção do
mesoderme, formando a papila do pelo. As células epidérmicas que envolvem a
papila proliferam intensamente e se queratinizam, migrando para a superfície da
pele formando o pelo.
Tipos de pelo
Lanugem – é o pelo que cobre o feto e desaparece após o
nascimento. É a pilosidade fina, delgado, macio, não pigmentado e não contem
medula. É produzido pelos folículos fetais e caem normalmente no útero
aproximadamente no sétimo ou oitavo mês de gestação ou logo que nasce.
Velus – é o pelo que substitui a lanugem após o nascimento.
Pode ser encontrado na face das mulheres ou na calvície dos homens.
Pelo terminal – é o pelo que substitui o velus em
determinadas áreas do corpo, é um pelo mais comprido (2cm), mais grosso,
visível, pigmentado, com medula. São encontrados nas axilas, regiões pubianas,
sobrancelhas, cílios, barba, bigode e couro cabeludo.
O cabelo que
nasce no couro cabeludo tem uma particularidade que é o ciclo de vida (de 3 a 7
anos) que em geral é maior que a do pelo que nasce no resto do corpo.
Denominações e Funções dos pelos por área
Couro cabeludo = cabelos – isolamento
térmico, protetor e indicativo de algumas doenças.
Nas orbitas e pálpebras = cílios e
supercílios – barreira mecânica, protetor da luz, corpo estranho, suor e
água.
Vestíbulo Nasal = vibrissas – filtrar
partículas estranhas
Meato Acústico Externo = tragos – Filtrar o
ar
Axilas
= hircos – aumento da superfície de evaporação do suor
Regiões Pubianas = pubes – função sensorial
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